Ao estar na frente da prateleira de um supermercado, para comprar um vinho, você já deve ter se perguntado qual a diferença (fora o preço) dos vinhos ditos "reservado" e "reserva". Afinal qual a diferença nos vinhos entre estas duas palavras tão parecidas?
O pior é que apesar das palavras serem semelhantes, nos vinhos existe muita diferença, e para complicar ainda mais, cada país produtor tem suas próprias regras para utilização destes termos.
Tenho certeza de que dependendo o restaurante, você perguntar a diferença entre os dois, muitos não saberão explicar.
Para entender um pouco mais, vamos primeiro conhecer algumas regras da utilização do termo "reserva", para depois podermos entender o "reservado".
Na Itália, por exemplo em Piemonte, para poder ser classificado como "Riserva" o vinho tem que ter obrigatoriamente, cinco anos de envelhecimento do vinho, sendo no mínimo 36 meses em barricas de carvalho. Um vinho da safra 2010 só estará no mercado em 2015.
Na região da Toscana, um "Riserva" necessita depelo menos 27 meses de envelhecimento e graduação alcoólica mínima de 12,5%.
Na Espanha, a legislação já é diferente: para ser classificado como "Reserva", o vinho necessita de no mínimo de 36 meses de descanso, sendo 12 meses em barril de madeira e 24 meses na própria garrafa. Já os vinhos classificados como "Gran Reserva" descansam, no mínimo, 5 anos, sendo 2 em madeira.
Em Portugal, as denominações "Reserva", "Reserva Especial" ou outras similares não possuem legislação específica, mas quando usadas pelos produtores, siginificam que os vinhos são diferenciados. O mesmo ocorre na França, que utilizam as denominações "Cuvée" e "Reserve" para diferenciar um vinho superior ou lote especial.
Já nas Américas, Austrália e Africa do Sul, não existem nenhuma regulamentação para o uso do termo "reserva", e em algumas vezes, nem um pouco de bom senso. De uma maneira geral ele é utilizado para vinhos que passaram algum tempo descansando em barris de madeira, e o "Gran reserva" para vinhos que passaram um tempo maior. Assim sendo você pode ter um "Gran reserva" chileno ou argentino que passou menos tempo em barril de madeira do que um "reserva" espanhol ou italiano.
Agora o termo "reservado" que é muito usado no Chile, significa um vinho simples, sem estágio em barricas de madeira, um vinho sem complexidade e normalmente produzido em grande escala, sendo a linha inicial e mais acessível da vinícola.
Na pratica é uma expressão usada para fazer o consumidor achar que está comprando algo especial, quando na realidade está comprando o vinho mais simples daquela vinícola. Depois quando se diz que os europeus são mais sérios, tem gente que quer ficar braba.
Nas Américas, a classificação de qualidade inicia com o Reservado, depois vem o Varietal que também é um vinho simples, mas com apenas um tipo de uva, o Reserva, Reserva Especial, Gran Reserva, e Edição Limitada, entre outras expressões similares.